terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

ACTIVIDADE 3: ACTIVIDADES SOCIAIS ONLINE E DESENVOLVIMENTO DA IDENTIDADE NOS JOVENS II

O grupo que integrei (grupo 3, composto por José Alberto Moreno, Maria Cecília Furtado, Maria Eduarda Fernandes e Teresa Maria Guerreiro) debruçou-se sobre o texto 2, Producing Sites, Exploring Identities: Youth Online Authorship, de Susannah Stern, University of San Diego, Department of Communication Studies. Exponho as conclusões a que chegámos e apresentámos à turma, organizadas numa sinopse:

Produzindo sites, explorando identidades: autoria juvenil online


SINOPSE:

A popularidade dos blogs e das páginas pessoais junto dos adolescentes é um fenómeno cujas razões raramente são analisadas pelos adultos, que se limitam a criticar a forma como os jovens se exprimem ou a sugerir que esta nova forma de expressão poderia ser utilizada para fins mais nobres.
Este capítulo tem como objectivo contribuir para que, na discussão acerca das práticas de expressão online, o discurso dos adultos seja mais contextualizado e mais significativo.
Nele procura-se, com base na análise de sites e blogs criados por adolescentes e numa série de entrevistas, esclarecer a razão por que os jovens encontram sentido nesta forma de se exprimirem.
Primeiramente, é apresentada uma visão geral das noções de desenvolvimento e identidade e, em seguida, descreve-se sucintamente as características dos blogs e das páginas pessoais. É, então, analisado o papel que as práticas de expressão online desempenham na vida dos jovens. Mostra-se, por fim, como os sites pessoais constituem para os jovens oportunidades de aprendizagem sobre si e sobre os outros.

Desenvolvimento e identidade na adolescência

A identidade é a forma como o indivíduo se vê a si mesmo, um conjunto de símbolos, valores e identificações que nos permite responder à pergunta “quem sou eu?”. Não é um conceito estático, mas que evolui no tempo. A adolescência é o período em que os indivíduos são confrontados com a tarefa de definirem a sua identidade, o que acontece em contexto e depende intimamente do feedback que os outros fornecem.
As transformações ocorridas na adolescência proporcionam um contexto no qual a expressão online assume um significado: é o que se pretende mostrar neste capítulo. As entrevistas realizadas a jovens permitem inferir que a produção online proporciona oportunidades de desenvolvimento da identidade: a escolha de quem são e de quem querem ser na comunidade está presente nas suas decisões relativamente à produção online.

Páginas e blogs pessoais

Páginas pessoais são sítios web criados por indivíduos onde geralmente são utilizados inúmeros meios multimedia: texto, imagem, links, mecanismos de resposta por parte das audiências, tais como guest books e mecanismo de contagem das visitas. Os blogs diferem das páginas pessoais pelo facto de as entradas serem ordenadas e datadas de forma sequencial. Em comum, têm o facto de se dirigirem intencionalmente a uma audiência e terem como tema o próprio autor. Derivando das tradicionais autobiografias ou diários, diferem deles pelo carácter não estático, permitindo uma alteração e actualização permanentes.
Os social networking sites (SNS) têm vindo a substituir as páginas e blogs pessoais pelo facto de proporcionarem aos jovens a possibilidade de criarem relações sociais. Pelas suas características específicas, estes sites serão analisados noutro capítulo. No entanto, as considerações que forem feitas para as páginas/blogs pessoais aplicam-se-lhes também.

Ouvindo os jovens autores

A conversa com os jovens revela que a nossa análise se deve estender às práticas de criação e de manutenção das páginas pessoais, não se ficando apenas pelo produto. É o que se faz neste capítulo, apresentando-se uma perspectiva interpretativa das práticas juvenis, a partir da forma como os jovens as descrevem.
Esta focalização na autoria pode ser criticada por quem enfatiza o peso do social neste fenómeno de expressão juvenil. Esquecer, no entanto, a experiência dos autores seria reduzir a análise. Reconhecê-los como especialistas da sua própria produção é fundamental para analisar em que medida a criação online, a adolescência e a identidade se interligam.
Neste capítulo, analisa-se a razão que leva os jovens a construir sites pessoais, salientando-se a variedade de motivações. Em seguida apresenta-se a relação entre a manutenção do site e os benefcios que daí advêm para o seu autor. Refere-se então a importância da audiência: para quem criam os jovens os seus sites ou quem imaginam eles como possíveis visitantes? Exploram-se em seguida os factores que determinam as suas escolhas em termos de apresentação. Por fim, analisam-se os riscos e a recompensa do feedback das audiências, verificando o impacto que têm na auto-estima do autor e nas suas criações online.

“Faz-me sentir feliz”: Razões da criação de sites pessoais

As razões apontadas pelos jovens para a construção destas páginas pessoais prendem-se essencialmente com o prazer, a curiosidade e o desafio perante a construção de algo novo, através de meios tecnológicos que lhes permitem estabelecer contactos online. Aprendem olhando para outras páginas de adolescentes ou em encontros online, o seu lema é “aprender fazendo”, pois raramente esses conhecimentos são transmitidos por pais e professores.Fazem-no ainda porque outros o fazem, para participar no grupo, partilhar experiências, mas alguns abandonam o site logo que a curiosidade esteja satisfeita e se apercebem que já captaram o essencial da experiência. Isto explica a razão de muitos sites continuarem online, mas incompletos e rudimentares, porque os seus autores não pretendem retomá-los.
Outra das motivações está relacionada com o desejo de evidenciar autonomia e competência tecnológica, condição necessária para a construção de um site pessoal. Esta motivação não se limita apenas à construção de um site pessoal, que é referida como algo que provoca orgulho e a sensação de realização pessoal, no sentido de domínio /“mestria” de algo de novo, mas estende-se à garantia da navegabilidade e ao seu sentido estético. O produto acabado é visto como uma marca pessoal das competências que desenvolveram e, frequentemente influenciados pelas empresas de web, acreditam que sem esta presença online, é como se não existissem: “Anybody who is anybody has a web site”. Por outro lado, acreditam que estas competências adquiridas são valorizadas na escola e no trabalho futuro. Este sentimento de pertença é muitas vezes promovido, até explorado, por empresas que se aproveitam do facto de os jovens quererem ser ouvidos e marcar a sua presença dentro do mundo net, com campanhas de consumo de software que apelidam de “novas oportunidades” e publicitam garantindo enormes benefícios. Os social networking sites (SNS), mais do que as páginas pessoais e blogs, incitam os jovens à exposição da vida privada, divulgando deste modo todos os dados pessoais, como acontece com as figuras públicas, nomeadamente pop stars e outros. Neste contexto, os jovens vêem os sites como uma forma de valorização, de publicidade, de participação na vida cultural.Extravasar /exteriorizar: Online permite a auto reflexão, catarse, e auto documentação.
Ao contrário dos adultos, que inicialmente reflectem sobre os benefícios da construção dum site, os jovens só reflectem após a sua construção e procuram o reconhecimento dos outros. Neste sentido, os sites pessoais são reminiscências dos diários privados, nos quais os adolescentes procuram saber quem são e qual o papel que desempenham na sociedade. Podemos apontar as razões que os levam a criar e manter um site pessoal, e que segundo os próprios autores, são: • auto, reflexão – a escrita ajuda-os na abordagem e decisão relativa aos problemas. A expressão online permite-lhes explorar valores, auto-percepcionarem-se e a construírem identidade. Será como um diálogo interior;• manutenção dos sites - o facto de estarem disponíveis coloca questões sobre os assuntos que aí devem constar, o que, segundo os adolescentes, os obriga a reflectir sobre si próprios e a sua vida;• momentos de catarse – a escrita, música, imagens ajudam-nos a expressar e libertar os sentimentos. O extravasar de emoções proporciona calma e ajuda a contextualizar os problemas;• acção terapêutica - muitos jovens descrevem e exprimem online os sentimentos vivenciados, depois de experiências de stress, de raiva, desgosto, traição;• estabilidade/equilíbrio – registando altos e baixos (instabilidade) emocionais, os jovens conferem aos sites pessoais esse papel de estabilidade. Do mesmo modo, nas home pages, imagens e música podem simbolizar momentos de emoção e experiências, estilos, atitudes, cultura face à vida;• previsão do futuro - os jovens autores, estruturam-se partindo da premissa que todos os registos ou ferramentas do presente lhes servirão para o futuro;• análise da sua evolução - em grande parte, o interesse destes jovens no registo da documentação online, reflecte o desejo de ser testemunha do seu próprio crescimento, analisar a evolução traçada; • o facto de constituirem memórias do presente, pontes para o futuro.


Conceptualizando a audiência

A motivação para publicar sites pessoais, (já referida) é escrever para si próprios, mas também, saber que os outros vão encontrar os seus sentimentos expressos online. Para os adolescentes, esta é vista como uma oportunidade quase única, pois reconhecem que só os adultos têm mais possibilidades de se fazer ouvir e mais credibilidade do que eles. Desconhecem que nem sempre foi assim, pois vivem num tempo em que a facilidade de publicação é generalizada. A possibilidade de terem audiência, faz com que se sintam importantes. Um jovem entrevistado, afirma o seguinte:” Sem publicar online, sem isso, ninguém ouve o que digo”.
Frequentemente, não se apercebem que estão a publicar coisas privadas para um grande público, reconfigurando o conceito de privado, pois os outros lêem, mas não os vêem e ouvem. Mesmo sabendo que os seus sites são públicos, não pensam na hipótese de os “indesejados” os verem ou visitarem na Net. A maioria não imagina que alguém poderia estar interessado em prejudicá-los.
Os jovens sabem quem são os visitantes das suas páginas (com base nos comentários deixados) e, muitas vezes, orientam públicos muito variados para os seus conteúdos online, desde amigos reais ou virtuais, colegas de escola, pessoas com interesses idênticos aos seus, até minorias e gente com estilos de vida alternativos, pais ou professores. Na realidade, estes grupos convencem outros, atraindo novas audiências, e os jovens autores têm a noção dessa forma de promoção dos seus sites.
Muitos jovens utilizam estratégias de promoção directa através de mensagens instantâneas, assinaturas associadas ao email, e sites de partilha. Alguns querem manter a sua passagem pela net de forma anónima, especialmente em relação às suas famílias, além de pessoas com quem não simpatizam e daqueles que sabem serem críticos em relação ao seu modo de expressão. Outros não utilizam deliberadamente qualquer forma de publicidade, simplesmente esperam ser encontrados por alguém. Sustentam uma ideia alargada de liberdade, dizendo o que lhes apetece sem recearem qualquer repressão. Têm consciência de que serão encontrados sem haver qualquer orientação nesse sentido.
A maioria dos jovens instalados na net, identificam-se a si mesmos como a sua própria audiência. Demonstram que a construção de um blog ou de uma página pessoal para si, mais do que para o deleite de outros, constitui uma acção nobre o que, paradoxalmente, revela alguma preocupação com aquilo que os outros pensam deles.

“Um bom reflexo de mim próprio”: auto-apresentação online

Os jovens autores de blogs e páginas pessoais na internet estão conscientes de que, perante uma audiência tão vasta, conseguem projectar a sua identidade e a forma como se vêm a eles próprios. O seu “eu-público” é um retoque deles próprios. A sua condição de adolescentes fá-los expor o seu “eu” real em paralelo com o “eu” ideal. É um exercício de “e se…”, uma forma de experimentarem novas formas de ser e um processo de incorporarem os “eus “ ideais nos seus “eus” reais.
Muitos utilizadores da internet, mais novos ou mais velhos, valorizam a possibilidade de darem uma melhor imagem de si mesmos quando adquirem uma personalidade virtual, oportunidade essa que é especialmente bem-vinda na adolescência. É uma auto-apresentação de si mesmos. Segundo Cooley, “tentamos assumir o papel do outro, através de nós próprios”. Goffmann, por sua vez, considera que “desempenhamos papéis nas nossas interacções, tal como os actores no teatro, o que nos permite assumir diferentes perspectivas de como nos podemos apresentar aos outros”.
Na falta da presença das pessoas, os online sentem-se menos inibidos quando se apresentam sós em frente a um monitor, na privacidade do seu quarto. O que se coloca online é uma tentativa de gerir as impressões dos outros e de obter aprovação social. Os jovens não só demonstram uma grande preocupação com a imagem que projectam deles próprios na net, como os seus próprios sites são produções sustentadas pela cultura social. Apesar de pensarem nos seus sites como originais, as suas escolhas sobre a forma como se apresentam são suportadas pelo que os media e a cultura vigente lhes diz, o que é “cool” na sua forma de serem jovens ou adolescentes, na realidade os códigos do seu grupo cultural. São construções e não espelhos de si próprios.
Conseguem apresentar-se com uma identidade impossível de assumir na vida real. Por exemplo, desenvolver temas relacionados com problemas existenciais ou relativos à sexualidade, em ambientes offline, não é muito fácil. Online, os adolescentes, a coberto do anonimato, agradecem a existência de formas de representação virtuais para a exploração de temas pessoais que lhes são caros. Nos seus sites pessoais transmitem aspectos com eles relacionados, para depois observarem o feedback. A ideia de experimentação de novas identidades é muitas vezes rejeitada, porque este tema sugere que aquilo que eles colocam online é de alguma forma falso. Mais do que vivenciar novas identidades, trata-se de ir ao encontro daquilo que eles são na realidade. Os adolescentes têm consciência de que as identidades que apresentam online são autênticas, mesmo que apareçam retocadas. Na realidade, vêem-nas ainda mais representativas do seu “eu real” do que as auto-representações offline. Os sites pessoais providenciam aos jovens, espaços mais ou menos protegidos para reconfigurarem o seu “eu” real, em diferentes áreas, todas elas ocupando um lugar central na sua auto-imagem.

“Representando um espectáculo anormal online?”: Autoria e validação social

Um dos motivos principais por que os jovens se preocupam tanto com a autenticidade das suas apresentações é o facto de, na realidade, eles procurarem a validação social por parte da sua audiência. Assim, se a sua apresentação não é autêntica, o feedback dos visitantes dos seus sites é irrelevante e perde mesmo o sentido.
Na adolescência, um feedback que faça sentido é particularmente importante, porque se trata da aceitação dos outros, isto é, da forma como são vistos e valorizados pelos outros. Neste contexto, não é surpreendente que o feedback recebido constitua o objectivo principal dos jovens autores quando apostam na net. Na sua procura de validação, os jovens não mostram timidez quando pretendem respostas. Incluem “contadores de acessos”, de forma a quantificarem o número de visitantes, mas a sua atitude perante os contadores é habitualmente negativa, pois preferem os feedbacks qualitativos possibilitados pelos espaços para “comentários”, “livros de visitas”, “respostas por email” ou espaços de “mensagens instantâneas”, que incluem nos seus blogs e nas páginas pessoais. Desconfiam da exactidão dos números que os contadores reflectem.
Estes mecanismos de feedback contribuem para criar uma espécie de “economia do reconhecimento”, assinalando a popularidade, não só dirigida aos próprios autores, como também aos visitantes. Os jovens autores sabem que as respostas das audiências são, na sua base, uma forma de validação para si mesmos. Os conteúdos das suas páginas são maioritariamente dirigidos para as audiências de forma a solicitar-lhes respostas acerca do valor das suas experiências, ideias e estilos de vida, em detrimento dos contributos dos autores para questões sociais, políticas ou artísticas. O feedback é essencial para a “aquisição de identidade”.
Os jovens autores implementam elementos de design como “frames” e “back buttons” para facilitarem a navegação, ajustam esquemas de cor para facilitarem a leitura do site e usam expressões “bem-vindo à minha página”. Incluem imagens e referências a factos sensacionalistas, a celebridades e eventos sociais, músicas e ligações para sites de média, como forma de atracção das audiências para si.

“É assim que eu sou!”: auto-realização através da expressão online

A importância das páginas pessoais ou blogs para a construção da identidade dos jovens é tanto maior quanto maior for a interacção conseguida junto dos visitantes. As respostas/ interacções recebidas constituem
influências decisivas para que os jovens autores de páginas ou blogs melhor compreendam as suas personalidades e possam fazer as mudanças que lhes pareçam mais adequadas, quer junto do “público” online, quer nas suas vidas offline.
Além disso, a exposição online proporciona maior à-vontade para, ainda que sob forma performativa, “encenada” (pelo uso de ferramentas informáticas, pelo controlo da linguagem e de estilos narrativos, pela apropriação e personalização de ícones e marcas culturais de referência, que provam a integração e identificação do eu numa comunidade maior), se ser mais honesto, consigo mesmo e com os outros. Por isso, interpretações demasiado literais dos conteúdos expostos ou a fraca resposta aos mesmos podem desencadear sentimentos de frustração, de não se ser respeitado, manifestados de diversas formas: a fúria perante aqueles que os jovens julgam estar a“tomar a parte pelo todo”, ou seja, perante aqueles que pretendem conhecer a totalidade da pessoa que se expõe nos blogs/ páginas pessoais apenas pelos conteúdos que estes apresentam, ou a necessidade de introspecção e mudança de atitudes, online e offline. Aliás, esta “contaminação” da vida offline na vida online e vice-versa é uma constante. A vida online surge simultaneamente como reflexo do que se é offline, mas também como instrumento de mudança e evolução em todos os espaços da vida.

“É uma espécie de Picasso”: riscos e frustrações da expressão online

A aceitação do ego online, a validação de si pelos outros, permite ao seu autor melhorar os níveis de auto-confiança, de auto-aceitação, bem como uma capacidade progressivamente maior de expor o seu eu, em quaisquer circunstâncias.
O jogo entre os espaços público e privado parece revestir-se de promiscuidades ou contradições, mas é compreensível na medida em que as páginas pessoais/ blogs são vistos pelos seus autores como extensões de si mesmos, como o corpo, espaços privados que existem e agem em espaços públicos e que, como tal, exigem respeito.

“Sou apenas um primeiro esboço”: o Eu e o Site em construção

Os jovens desejam compreensão e aceitação, como alavancas, preferencialmente positivas, que os ajudem a crescer e a aceitar-se, perante si mesmos e perante os outros, e a sentir segurança num mundo e num processo de vida que sabem e sentem ser dinâmico e instável (e este aspecto permanentemente evolutivo e mutável da vida é perfeitamente compatível com a estrutura e construção das páginas pessoais/ blogs, estruturas dinâmicas que proporcionam a revisitação e mesmo reconstrução da memória e a narração/ construção do presente/ futuro). Por outro lado, as páginas pessoais/ blogs não constituem o todo de quem os constrói, que teme, e não deseja, como já foi dito antes, que ler o blog seja confundido com conhecer o blogger (atitude que pode revestir-se de algum paradoxo, visto que o ensejo de quem produz blogs é dar-se a conhecer, mas que, se pensarmos bem, não o é assim tanto: na vida, todos desejamos dar-nos a conhecer como somos, mas também que nos vejam como nós gostaríamos que nos vissem, de formas positivas).

Conclusão

Os blogs/ páginas pessoais são, em suma, testemunhos e instrumentos do crescimento e das construções do eu, portos de abrigo das possíveis agressões dos outros e palcos de exposição mediática e de integração social, amplificadores da expressão e comunicação da juventude, esboços do eu, tal como o eu é um permanente esboço na vida, instrumentos de desenvolvimento da identidade e da auto-aprendizagem, a par de mecanismos de aprendizagem e domínio de técnicas, cada vez mais eficazes, de auto-apresentação, podendo chegar ao ponto de constituir manifestações criativas/ artísticas. Expressões privilegiadas de uma era profundamente tecnológica e mediática.

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