sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

O COMENTÁRIO FINAL


Inscrever-me nesta disciplina, reflectir sobre as várias temáticas e participar nas diversas actividades tornou-me sem dúvida mais consciente da vastidão deste "brave new world", das suas potencialidades, dos seus riscos e das MINHAS limitações no que respeita ao seu uso. Constato a minha condição de imigrante digital, fascinada pelas componentes técnicas (a imensidão de ferramentas que podemos usar é uma maravilha: filmes, imagens, sons, músicas que podemos usar das mais diversas maneiras, textos que ficam quietos no écran ou que saltam, brilham, fogem e brincam connosco... a sedução da possibilidade de manipulação de todas estas componentes é vastíssima!) e pela facilidade com que posso aceder a tanta tanta tanta informação.

Por outro lado, verifico a minha incapacidade em usar de forma intuitiva e natural estes recursos, sentindo necessidade de aprender a fazê-lo, de perceber como se faz, num processo, por vezes moroso e irritante, de bricolage digital.

Verifico ainda a minha ingenuidade no que respeita, por exemplo, à recolha de informação: sei, ao contrário de muitos dos nossos alunos, imaturos na construção dos seus saberes e necessitados do nosso apoio a esse nível, o que quero e sei seleccionar o que vale e não vale a pena reter. Mas esqueço-me, ao contrário do que sucederia com os meios de pesquisa tradicionais, de verificar a origem das fontes que consulto! Explico melhor: as imagens que utilizei foram seleccionadas do portal Google, tal como os filmes foram extraídos do YouTube. Até aqui, "tout va bien"... Mas de onde vieram esses documentos? Quem os colocou na Net? E de onde os retirou? Não só não verifiquei estes dados como desconfio que muitos dos sites ou blogs de onde os retirei também não o sabem. A democratização do acesso à informação é tão grande que coloca em perigo questões como direitos autorais, por exemplo. Podendo pôr em risco o rigor científico de muitas pesquisas realizadas.

Apercebo-me de que urge a criação, ou explicitação, de um código de ética no uso da Internet. As questões da segurança são já analisadas, debatidas e, frequentemente, alvo de acesas controvérsias, entre os defensores da total liberdade de acesso e uso e os que advogam algum tipo de controlo, eventualmente até de censura. Falta saber usar científicamente a Internet. Falta(-me) interiorizar procedimentos "legais" que não levem a usurpar informação, ainda que involuntariamente.

Finalmente, enquanto professora, educadora, mãe, cidadã que se quer plena, nos direitos e deveres, usar as novas tecnologias - aprender e ensinar a usar - é cada vez mais um imperativo humano. Sem preconceitos defensivos de quem sente as suas referências diluídas perante esta torrente inexorável de progresso. Sem fascínios acríticos perante as novas ferramentas e as formas como expõem os mais variados conteúdos. Sem tomar as formas/ferramentas pelos conteúdos (que continuam a ser o "sumo"). Sem medo de aprofundar esta fabulosa interacção Homem/Máquina, de modo a que o Homem cresça na sua humanidade. Para que os seres humanos não se desconectem de algo que faz parte da sua essência: a curiosidade e o desejo de crescer e aprender. E partilhar.

TEMA PARALELO: SEGURANÇA NO USO DA INTERNET - O EXEMPLO QUE VEM DO BRASIL IV

FILME 4 - SEGURANÇA NA INTERNET: A DEFESA

TEMA PARALELO: SEGURANÇA NO USO DA INTERNET - O EXEMPLO QUE VEM DO BRASIL III

FILME 3 - SEGURANÇA NA INTERNET: SPAM

TEMA PARALELO: SEGURANÇA NO USO DA INTERNET - O EXEMPLO QUE VEM DO BRASIL II

FILME 2- SEGURANÇA NA INTERNET: OS INVASORES

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

TEMA PARALELO: A SEGURANÇA NO USO DA INTERNET - O EXEMPLO QUE VEM DO BRASIL I

O Comité Gestor da Internet no Brasil (http://www.cgi.br/) preparou e lançou no espaço virtual um conjunto de quatro pequenos filmes destinados a formar os utilizadores da Internet, muito simples, mas também claros nas explicações que fornecem e que também poderão constituir material bastante válido para quem queira despertar e consciencializar jovens e adultos para um bom uso da Internet. A ver atentamente...
FILME 1 - SEGURANÇA NA INTERNET: NAVEGAR É PRECISO


TEMA PARALELO: A SEGURANÇA NO USO DA INTERNET

Este tópico esteve sempre mais ou menos presente, tendo sido alvo de maior reflexão e partilha de opiniões durante o fórum que teve lugar no final da actividade 4.
Surgiu de forma quase unânime a ideia de que urge (in)formar jovens e pais acerca das potencialidades e virtualidades da Internet, mas também dos riscos que comporta. Não para que deixe de ser usada, mas, pelo contrário, para que seja cada vez mais e melhor utilizada. São diversas as entidades que pormovem acções no sentido de prover os cidadãos dos dados que melhor os ajudem a navegar sem naufragar na Internet. Destaco o site www.seguranet.pt, feito em parceria pelo Ministério da Educação e outras instâncias públicas, especialmente destinado aos jovens e aos pais e contendo uma série de informações relevantes, apresentadas de forma clara, acessível e apelativa - uma ferramenta utilíssima ao dispor da Escola, na sua função de formação integral da pessoa que é o estudante, a ver, estudar e usar.

COMENTÁRIO FINAL SOBRE A TEMÁTICA "ANÁLISE DE SITES SOCIAIS DE JOVENS"


Este tema surge na sequência e como aprofundamento do tema anterior, uma vez que nos levou a observar e analisar com algum grau de pormenor uma das ferramentas predilectas dos jovens para se exprimirem e comunicarem com os outros (e consigo mesmos, também): os sites sociais.
E é fácil compreender por que razões estes são tão apelativos:
- permitem um grau de exposição criativo e variado a vários níveis: visual, através da partilha de fotos e videos, auditivo, pela apresentação de músicas e outros sons (possivelmente até a própria voz, embora não tenha testemunhado nenhum caso concreto);
- proporcionam a possibilidade de "manipulação" ou "maquilhagem" do eu a expor, nomeadamente pela selecção de fotos tidas como favoráveis, muitas vezes com poses preparadas, ou referentes a situações sociais tidas como "cool";
- permitem a sensação de pertença e integração em grupos mais vastos, através da sua inserção em grupos de cibernautas, ligados entre si por afinidades temáticas, clubísticas, musicais ou mesmo éticas e políticas;
- transmitem uma (falsa ou não - tema a abordar mais tarde) sensação de segurança, uma vez que a exposição que é feita não é directa, não presupõe o corpo a corpo e o "eye contact" que podem ser tantas vezes inibidores, para não dizer castradores do eu, promovendo um á-vontade, um nível de desinibição e até de ousadia que, de outra foram, os jovens não seriam muitas vezes capazes de ter;
- são excitantes, porque permitem aferir do grau de aceitação que se alcança a partir de diversos itens: comentários, fives, prendas e outras formas de comunicação disponíveis.
Os SNS são atraentes por estas e outras razões, devidamente explicadas nos trabalhos que foram apresentados pelos grupos. São um fenómeno que veio para ficar e que será cada vez mais usual usar, pelas mais diversas razões. Serão seguramente regulamentados, nomeadamente nas restrições e imposições que tendarão a conter para que possam ser usados; serão alvo de mutações intensas, visando uma cada vez maior variedade de recursos e criatividade; serão vítimas de usurpações, deturpações e outros estrangulamentos, impossíveis de controlar num universo tão abertamente democrático e livre. Serão - são já - um meio de comunicação e expressão tremendamente poderoso e imensamente abrangente. Chegaram, viram e venceram!
Aproveito para partilhar convosco um pequeno filme, em língua inglesa, que explica o que é e como funciona um SNS, intitulado "Social Networking in plain english".

ACTIVIDADE 4: GRELHA DE ANÁLISE DE SITES SOCIAIS DE JOVENS IV

Passo a transpor dois comentários por mim feitos relativamente aos dois trabalhos feitos pelos outros dois grupos:
Re: Grupo 1- Myspace
Domingo, 18 Janeiro 2009, 18:38

Olá colegas,
Achei interessante os dados que veiculam, no início do vosso trabalho, acerca da adesão a um SNS por países (O Orkut no Brasil, o Hi5 em Portugal), as razões por que tal acontece e as estratégias comerciais que têm de ser tidas em conta se se quiser combater e vencer essas hegemonias (nunca tinha pensado neste aspecto, apesar de ter a consciência de que o Hi5 é, de facto, extremamente popular em Portugal, sobretudo junto dos adolescentes).
Também gostei da vossa descrição "geral" do MySpace, bastante completa. Percebe-se que é um SNS com algumas especificidades e mesmo complexidades, o que talvez explique a menor adesão dos jovens portugueses, nomeadamente em detrimento do Hi5, que é mais simples.
Tinha já a ideia de ser este um espaço muito usado por artistas, por verificar, nas minhas compras musicais, as constantes referências aos espaços digitais dos artistas no MySpace.
Partindo da apresentação que fazem dos perfis visitados, verifico que as razões que presidem ao uso do MySpace são mais "maduras" do que as presentes, por exemplo, no Hi5, tal como as estratégias de comunicação passarem pelo bilinguismo, ao contrário do que verifiquei no Hi5, que tem a tal dimensão comunitária (amigos, família, gente mais próxima, fisicamente ou por afinidades) que referiram. Também o facto de o seu acesso ser restrito a menores de 18 anos explica isto.
Em suma, aprendi e fiquei a conhecer melhor este SNS, por isso, fizeram um bom trabalho. Obrigada!
Re: Trabalho - Grupo 2
Domingo, 18 Janeiro 2009, 18:58

Olá grupo 2,
Apreciei bastante a vossa exposição, que me pareceu ampla e bem fundamentada. Não vou desenvolver mais este aspecto, pois tanto a Cecília como a Carla já o fizeram e não faria mais do que repetir o que disseram.
O nosso grupo (3) também analisou este SNS e temos bastantes pontos em comum, mas também houve aspectos diferentes a ser observados, o que só enriquece a percepção que temos do Hi5 e complementa os conteúdos de cada apresentação.
Achei particularmente pertinentes os comentários que fazem na conclusão, nomeadamente os que se referem à necessidade que temos, enquanto coordenadores de BE, espaço por excelência do uso dos SNS por parte dos nossos alunos, de conhecer as suas estruturas e os modos de interacção que os jovens utilizam. Também o aspecto da informação/ formação a facultar aos alunos e encarregados de educação me parece da máxima importância (confesso que fiquei chocada com o relato que a Carla fez, parece-me impossível que o grau de inconsciência possa atingir patamares tão perigosos).
Continuação de bom trabalho.

ACTIVIDADE 4: GRELHA DE ANÁLISE DE SITES SOCIAIS DE JOVENS III


O grupo de trabalho que integrei optou por realizar a análise do SNS Hi5. Os resultados deste trabalho colectivo, feito por uma equipa magnífica (GRUPO 3: Cecília Furtado, Eduarda Fernandes, José Moreno e Teresa Guerreiro), estão disponíveis em:




ACTIVIDADE 4: GRELHA DE ANÁLISE DE SITES SOCIAIS DE JOVENS II


Parece-me interessante observar este mapa que apresenta a distribuição dos SNS por todo o mundo, quais as preferências em cada continente e país. Podemos verificar que, em Portugal, é o Hi5 quem conquista mais adeptos.


Aproveito para vos dar a conhecer este site que apresenta um interessante artigo sobre este SNS: http://reportagemonline.wordpress.com/2007/10/14/clicar-para-amigar/

ACTIVIDADE 4: GRELHA DE ANÁLISE DE SITES SOCIAIS DE JOVENS


Apresento a metodologia proposta e seguida ao longo do estudo da temática relativa à quarta e última actividade da disciplina de Media Digitais e Socialização (análise da identidade em sites sociais).


O que fazer:


1º) Escolha pelo grupo de um site social a analisar (ex: Hi5; Facebook; Myspace, ou outro);
2º) Análise prévia de alguns exemplos do site social escolhido com vista a definir parâmetros de análise que se organizem numa "grelha";
3º) Proposta de categorias a integrar a grelha de análise de sites sociais e discussão em Forum de grupo das várias propostas para definição da grelha final;
4º) Análise qualitativa de 3 ou 4 exemplos (consoante o nº de alunos que constituem o grupo) do site social escolhido, utilizando a grelha definida pelo grupo e apresentação de um pequeno texto que englobe: breve enquadramento da temática; apresentação da grelha; análise efectuada; conclusões (10 -12 pág.).


Apresentação do trabalho à turma - Forum A4: final até 14 de Janeiro


Discussão dos trabalhos apresentados no Forum - entre os dias 15 e 22 de Janeiro


Recursos de Aprendizagem:


* Huffaker, D.; Calvert, S.(2005) - Gender, identity, and language use in teenage blogs. Journal of Computer-mediated Communication, 10(2), artigo
* Textos da actividade 3
* Site social escolhido pelo grupo

COMENTÁRIO FINAL SOBRE A TEMÁTICA "ACTIVIDADES SOCIAIS ONLINE E DESENVOLVIMENTO DA IDENTIDADE NOS JOVENS"

Este tema é particularmente interessante, na medida em que nos permite, a nós, professores e bibliotecários (logo, gestores de produtos e instrumentos digitais caros aos nossos alunos), ganhar uma percepção actualizada das novas formas como os "velhos" processos mentais e emocionais de construção da identidade na adolescência se vão fazendo.
Como educadores que somos (e, desejavelmente, adultos com boa memória do seu próprio crescimento e processo de construção da identidade e sua partilha junto dos outros, particularmente os pares), temos a capacidade de compreender as motivações dos adolescentes, as inseguranças, os desejos, as demandas que os movem, que lhes servem de razão para viver, para conviver. O que tem vindo a mudar são os formatos sobre os quais estes se movimentam. É importante não confundir forma e conteúdo, no que respeita às movimentações dos adolescentes, nas suas vivências sociais, pessoais, académicas (e receio que esta confusão seja por vezes a base de interpretações erróneas, até preconceituosas, da parte dos adultos). E são este formatos que devemos fazer o esforço de conhecer, nas maneiras como são manuseados e nos fins a que se destinam. O mundo digital - telemóveis, computadores, Internet, SNS... - constitui o acervo funcional, a maleta de ferramentas de que os adolescentes se servem. E este espólio é-lhes muito mais caro do que a nós, adultos, que o apreciamos sobretudo numa perspectiva funcional/ utilitária. Para os adolescentes, estas "ferramentas" são extensões da alma e do pensamento, na medida em que constituem os meios através dos quais estes se podem exprimir, partilhar, construir.
Se a nós, adultos, nos parece bizarra ou ridícula a dependência que os adolescentes parecem ter em relação, por exemplo, aos telemóveis, talvez seja pertinente estabelecer paralelismos com as ferramentas de que nos servíamos, quando tínhamos as suas idades: as cartas que trocávamos com os amigos e por que esperávamos ansiosamente, os telefonemas infindáveis que tanto enervavam os nossos pais, os bilhetinhos trocados por debaixo das mesas, em plena aula (quais SMS em formato impresso!). Os formatos eram diferentes, sem dúvida, eventualmente mais "românticos", especialmente para quem goste de "dourar a pílula" em relação ao passado, mas os propósitos eram exactamente os mesmos e a incompreensão dos adultos também.
Numa perspectiva educativa, no seu sentido mais lato, é-nos importante conhecer estas novas ferramentas, porque, tal como poderia suceder connosco quando adolescentes, elas também são passíveis de ser utilizadas para magoar ou fazer mal aos jovens de hoje. O que não podemos fazer é entrar numa espiral de medo histérico, amaldiçoando as novas tecnologias, porque sabemos bem que viver e crescer significam expor-se, e esse gesto arrojado e inevitável de quem quer viver MESMO comporta riscos. Sempre comportou. Mas não foi por isso que deixámos de arriscar, não é? Os jovens de hoje também têm de o fazer. E nós não os podemos impedir. Podemos vigiar, apoiar, questionar, orientar, mas nunca condicionar, coarctar, restringir. Podemos andar com o coração nas mãos, tal como os nossos pais andaram (e talvez ainda andem e nós, adultos orgulhosos e independentes, nem nos demos conta...) connosco. Mas temos de os deixar andar, seguindo caminhos que não são os nossos. E ainda bem que não são!

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

ACTIVIDADE 3: ACTIVIDADES SOCIAIS ONLINE E DESENVOLVIMENTO DA IDENTIDADE NOS JOVENS IV


Gostaria de partilhar convosco um blog que descobri durante as pesquisas que efectuei sobre o tema em estudo.


Digital Media and Entertainment Trends


Digital Media and Entertainment Trends é um blog americano que fala das pessoas - nativos e imigrantes digitais - empresas, tecnologias, hábitos e pesquisas no que respeita às tendências no consumo e uso dos media digitais, desde os telemóveis, computadores e SNS até aos jogos de vídeo e operações de marketing. Apresenta gráficos, revela estudos e aponta direcções que vão sendo seguidas e/ou abandonadas neste universo vertiginosamente rápido e evolutivo. Vale a pena dar-lhe uma vista de olhos...

ACTIVIDADE 3: ACTIVIDADES SOCIAIS ONLINE E DESENVOLVIMENTO DA IDENTIDADE NOS JOVENS III

Exponho duas intervenções feitas por mim no fórum de discussão dos trabalhos dos vários grupos.


Re: Grupo 2 - apresentação do trabalho
Quarta, 10 Dezembro 2008, 17:04


Olá colegas,
Chego já um pouco tarde a esta discussão e é bem provável que vá repetir algumas (se não todas) ideias, mas, ainda assim, prefiro fazê-lo antes de ler os comentários que já cá estão.
Conseguiram fazer uma boa síntese do texto e explicar, de forma clara e simples, as suas ideias principais. Bom trabalho!
Destaco alguns aspectos que me perecem mais importantes nesta popularíssima e quente questão dos jovens e os telemóveis: (1) a sua importância, que diria ser vital (se não tiverem o telemóvel com eles, os jovens quase não respiram! ) no contexto social em que se integram, seja lá onde for, em meios muito urbanos ou predominantemente rurais, como é o caso na escola onde estou. As relações com o grupo, a afirmação da sua identidade e as trocas entre amigos são os aspectos essenciais apontados. Acrescentaria ainda o sentimento de integração e pertença socio-económica, dando ênfase ao aspecto económico: com efeito, os jovens fazem TUDO o que puderem para terem O telemóvel que desejam. E normalmente não são os modelos mais simples e baratos que os atraem. Os jovens gostam do aspecto estético, claro, dos jogos que contêm, dos leitores de MP3 integrados, das cameras fotográficas ou video, preferencialmente avançadas e das características técnicas que façam dos seus telemóveis alvo de cobiça, sua e dos seus pares. É um instrumento de promoção do estatuto social ou grupal. (2) No entanto, apesar da atracção pelas características técnicas dos telemóveis, muitos jovens revelam baixos conhecimentos sobre como as usar em pleno: os baixos níveis de literacia tecnológica, que se verificam também na utilização das potencialidades de um computador e mesmo da Internet. (3) O dom da ubiquidade que proporciona o telemóvel, o estar onde se quer e não apenas onde se está, é um dos chamarizes maiores dos telemóveis.
Falta apenas sugerir o seguinte, acerca do uso dos telemóveis: a instituição de um código de ética ou bom uso dos telemóveis, nos locais de trabalho/ estudo/ públicos, etc. A ser conhecido e cumprido não apenas pelos jovens, nomeadamente os alunos, nomeadamente nas salas de aula, mas também os adultos, nomeadamente os professores, nomeadamente nas salas de aula/ reuniões, etc. É que a boa educação também se aprende neste contexto - tem de se aprender, tem de se fomentar. Sob pena de um instrumento tão útil e prático se tornar num instrumento de "tortura" - dos que têm de o aturar, nos contextos mais inadequados!


Re: Grupo 1- texto 1
Quarta, 10 Dezembro 2008, 17:33


Olá colegas,
Achei muito interessantes os casos que descrevem e os modos e objectivos com que são utilizados diversos meios tecnológicos ao dispor dos jovens.
Saliento o final do vosso trabalho, que sintetiza muito bem o que está/ sempre esteve/ continuará a estar na base de todo e qualquer processo de auto e hetero conhecimento e identificação: a interacção entre quem achamos que somos, o que os outros acham que somos e quem somos realmente. Independentemente dos meios ao dispor para o fazer. E é reconfortante saber que há algo de "eterno" no meio de tanta mudança - mudam as formas de representação, não os desejos e intenções por que se fazem. E também gostei muito da ideia de "bricolage" associada a esse interminável e constante processo de construção da identidade.
Bom trabalho.

ACTIVIDADE 3: ACTIVIDADES SOCIAIS ONLINE E DESENVOLVIMENTO DA IDENTIDADE NOS JOVENS II

O grupo que integrei (grupo 3, composto por José Alberto Moreno, Maria Cecília Furtado, Maria Eduarda Fernandes e Teresa Maria Guerreiro) debruçou-se sobre o texto 2, Producing Sites, Exploring Identities: Youth Online Authorship, de Susannah Stern, University of San Diego, Department of Communication Studies. Exponho as conclusões a que chegámos e apresentámos à turma, organizadas numa sinopse:

Produzindo sites, explorando identidades: autoria juvenil online


SINOPSE:

A popularidade dos blogs e das páginas pessoais junto dos adolescentes é um fenómeno cujas razões raramente são analisadas pelos adultos, que se limitam a criticar a forma como os jovens se exprimem ou a sugerir que esta nova forma de expressão poderia ser utilizada para fins mais nobres.
Este capítulo tem como objectivo contribuir para que, na discussão acerca das práticas de expressão online, o discurso dos adultos seja mais contextualizado e mais significativo.
Nele procura-se, com base na análise de sites e blogs criados por adolescentes e numa série de entrevistas, esclarecer a razão por que os jovens encontram sentido nesta forma de se exprimirem.
Primeiramente, é apresentada uma visão geral das noções de desenvolvimento e identidade e, em seguida, descreve-se sucintamente as características dos blogs e das páginas pessoais. É, então, analisado o papel que as práticas de expressão online desempenham na vida dos jovens. Mostra-se, por fim, como os sites pessoais constituem para os jovens oportunidades de aprendizagem sobre si e sobre os outros.

Desenvolvimento e identidade na adolescência

A identidade é a forma como o indivíduo se vê a si mesmo, um conjunto de símbolos, valores e identificações que nos permite responder à pergunta “quem sou eu?”. Não é um conceito estático, mas que evolui no tempo. A adolescência é o período em que os indivíduos são confrontados com a tarefa de definirem a sua identidade, o que acontece em contexto e depende intimamente do feedback que os outros fornecem.
As transformações ocorridas na adolescência proporcionam um contexto no qual a expressão online assume um significado: é o que se pretende mostrar neste capítulo. As entrevistas realizadas a jovens permitem inferir que a produção online proporciona oportunidades de desenvolvimento da identidade: a escolha de quem são e de quem querem ser na comunidade está presente nas suas decisões relativamente à produção online.

Páginas e blogs pessoais

Páginas pessoais são sítios web criados por indivíduos onde geralmente são utilizados inúmeros meios multimedia: texto, imagem, links, mecanismos de resposta por parte das audiências, tais como guest books e mecanismo de contagem das visitas. Os blogs diferem das páginas pessoais pelo facto de as entradas serem ordenadas e datadas de forma sequencial. Em comum, têm o facto de se dirigirem intencionalmente a uma audiência e terem como tema o próprio autor. Derivando das tradicionais autobiografias ou diários, diferem deles pelo carácter não estático, permitindo uma alteração e actualização permanentes.
Os social networking sites (SNS) têm vindo a substituir as páginas e blogs pessoais pelo facto de proporcionarem aos jovens a possibilidade de criarem relações sociais. Pelas suas características específicas, estes sites serão analisados noutro capítulo. No entanto, as considerações que forem feitas para as páginas/blogs pessoais aplicam-se-lhes também.

Ouvindo os jovens autores

A conversa com os jovens revela que a nossa análise se deve estender às práticas de criação e de manutenção das páginas pessoais, não se ficando apenas pelo produto. É o que se faz neste capítulo, apresentando-se uma perspectiva interpretativa das práticas juvenis, a partir da forma como os jovens as descrevem.
Esta focalização na autoria pode ser criticada por quem enfatiza o peso do social neste fenómeno de expressão juvenil. Esquecer, no entanto, a experiência dos autores seria reduzir a análise. Reconhecê-los como especialistas da sua própria produção é fundamental para analisar em que medida a criação online, a adolescência e a identidade se interligam.
Neste capítulo, analisa-se a razão que leva os jovens a construir sites pessoais, salientando-se a variedade de motivações. Em seguida apresenta-se a relação entre a manutenção do site e os benefcios que daí advêm para o seu autor. Refere-se então a importância da audiência: para quem criam os jovens os seus sites ou quem imaginam eles como possíveis visitantes? Exploram-se em seguida os factores que determinam as suas escolhas em termos de apresentação. Por fim, analisam-se os riscos e a recompensa do feedback das audiências, verificando o impacto que têm na auto-estima do autor e nas suas criações online.

“Faz-me sentir feliz”: Razões da criação de sites pessoais

As razões apontadas pelos jovens para a construção destas páginas pessoais prendem-se essencialmente com o prazer, a curiosidade e o desafio perante a construção de algo novo, através de meios tecnológicos que lhes permitem estabelecer contactos online. Aprendem olhando para outras páginas de adolescentes ou em encontros online, o seu lema é “aprender fazendo”, pois raramente esses conhecimentos são transmitidos por pais e professores.Fazem-no ainda porque outros o fazem, para participar no grupo, partilhar experiências, mas alguns abandonam o site logo que a curiosidade esteja satisfeita e se apercebem que já captaram o essencial da experiência. Isto explica a razão de muitos sites continuarem online, mas incompletos e rudimentares, porque os seus autores não pretendem retomá-los.
Outra das motivações está relacionada com o desejo de evidenciar autonomia e competência tecnológica, condição necessária para a construção de um site pessoal. Esta motivação não se limita apenas à construção de um site pessoal, que é referida como algo que provoca orgulho e a sensação de realização pessoal, no sentido de domínio /“mestria” de algo de novo, mas estende-se à garantia da navegabilidade e ao seu sentido estético. O produto acabado é visto como uma marca pessoal das competências que desenvolveram e, frequentemente influenciados pelas empresas de web, acreditam que sem esta presença online, é como se não existissem: “Anybody who is anybody has a web site”. Por outro lado, acreditam que estas competências adquiridas são valorizadas na escola e no trabalho futuro. Este sentimento de pertença é muitas vezes promovido, até explorado, por empresas que se aproveitam do facto de os jovens quererem ser ouvidos e marcar a sua presença dentro do mundo net, com campanhas de consumo de software que apelidam de “novas oportunidades” e publicitam garantindo enormes benefícios. Os social networking sites (SNS), mais do que as páginas pessoais e blogs, incitam os jovens à exposição da vida privada, divulgando deste modo todos os dados pessoais, como acontece com as figuras públicas, nomeadamente pop stars e outros. Neste contexto, os jovens vêem os sites como uma forma de valorização, de publicidade, de participação na vida cultural.Extravasar /exteriorizar: Online permite a auto reflexão, catarse, e auto documentação.
Ao contrário dos adultos, que inicialmente reflectem sobre os benefícios da construção dum site, os jovens só reflectem após a sua construção e procuram o reconhecimento dos outros. Neste sentido, os sites pessoais são reminiscências dos diários privados, nos quais os adolescentes procuram saber quem são e qual o papel que desempenham na sociedade. Podemos apontar as razões que os levam a criar e manter um site pessoal, e que segundo os próprios autores, são: • auto, reflexão – a escrita ajuda-os na abordagem e decisão relativa aos problemas. A expressão online permite-lhes explorar valores, auto-percepcionarem-se e a construírem identidade. Será como um diálogo interior;• manutenção dos sites - o facto de estarem disponíveis coloca questões sobre os assuntos que aí devem constar, o que, segundo os adolescentes, os obriga a reflectir sobre si próprios e a sua vida;• momentos de catarse – a escrita, música, imagens ajudam-nos a expressar e libertar os sentimentos. O extravasar de emoções proporciona calma e ajuda a contextualizar os problemas;• acção terapêutica - muitos jovens descrevem e exprimem online os sentimentos vivenciados, depois de experiências de stress, de raiva, desgosto, traição;• estabilidade/equilíbrio – registando altos e baixos (instabilidade) emocionais, os jovens conferem aos sites pessoais esse papel de estabilidade. Do mesmo modo, nas home pages, imagens e música podem simbolizar momentos de emoção e experiências, estilos, atitudes, cultura face à vida;• previsão do futuro - os jovens autores, estruturam-se partindo da premissa que todos os registos ou ferramentas do presente lhes servirão para o futuro;• análise da sua evolução - em grande parte, o interesse destes jovens no registo da documentação online, reflecte o desejo de ser testemunha do seu próprio crescimento, analisar a evolução traçada; • o facto de constituirem memórias do presente, pontes para o futuro.


Conceptualizando a audiência

A motivação para publicar sites pessoais, (já referida) é escrever para si próprios, mas também, saber que os outros vão encontrar os seus sentimentos expressos online. Para os adolescentes, esta é vista como uma oportunidade quase única, pois reconhecem que só os adultos têm mais possibilidades de se fazer ouvir e mais credibilidade do que eles. Desconhecem que nem sempre foi assim, pois vivem num tempo em que a facilidade de publicação é generalizada. A possibilidade de terem audiência, faz com que se sintam importantes. Um jovem entrevistado, afirma o seguinte:” Sem publicar online, sem isso, ninguém ouve o que digo”.
Frequentemente, não se apercebem que estão a publicar coisas privadas para um grande público, reconfigurando o conceito de privado, pois os outros lêem, mas não os vêem e ouvem. Mesmo sabendo que os seus sites são públicos, não pensam na hipótese de os “indesejados” os verem ou visitarem na Net. A maioria não imagina que alguém poderia estar interessado em prejudicá-los.
Os jovens sabem quem são os visitantes das suas páginas (com base nos comentários deixados) e, muitas vezes, orientam públicos muito variados para os seus conteúdos online, desde amigos reais ou virtuais, colegas de escola, pessoas com interesses idênticos aos seus, até minorias e gente com estilos de vida alternativos, pais ou professores. Na realidade, estes grupos convencem outros, atraindo novas audiências, e os jovens autores têm a noção dessa forma de promoção dos seus sites.
Muitos jovens utilizam estratégias de promoção directa através de mensagens instantâneas, assinaturas associadas ao email, e sites de partilha. Alguns querem manter a sua passagem pela net de forma anónima, especialmente em relação às suas famílias, além de pessoas com quem não simpatizam e daqueles que sabem serem críticos em relação ao seu modo de expressão. Outros não utilizam deliberadamente qualquer forma de publicidade, simplesmente esperam ser encontrados por alguém. Sustentam uma ideia alargada de liberdade, dizendo o que lhes apetece sem recearem qualquer repressão. Têm consciência de que serão encontrados sem haver qualquer orientação nesse sentido.
A maioria dos jovens instalados na net, identificam-se a si mesmos como a sua própria audiência. Demonstram que a construção de um blog ou de uma página pessoal para si, mais do que para o deleite de outros, constitui uma acção nobre o que, paradoxalmente, revela alguma preocupação com aquilo que os outros pensam deles.

“Um bom reflexo de mim próprio”: auto-apresentação online

Os jovens autores de blogs e páginas pessoais na internet estão conscientes de que, perante uma audiência tão vasta, conseguem projectar a sua identidade e a forma como se vêm a eles próprios. O seu “eu-público” é um retoque deles próprios. A sua condição de adolescentes fá-los expor o seu “eu” real em paralelo com o “eu” ideal. É um exercício de “e se…”, uma forma de experimentarem novas formas de ser e um processo de incorporarem os “eus “ ideais nos seus “eus” reais.
Muitos utilizadores da internet, mais novos ou mais velhos, valorizam a possibilidade de darem uma melhor imagem de si mesmos quando adquirem uma personalidade virtual, oportunidade essa que é especialmente bem-vinda na adolescência. É uma auto-apresentação de si mesmos. Segundo Cooley, “tentamos assumir o papel do outro, através de nós próprios”. Goffmann, por sua vez, considera que “desempenhamos papéis nas nossas interacções, tal como os actores no teatro, o que nos permite assumir diferentes perspectivas de como nos podemos apresentar aos outros”.
Na falta da presença das pessoas, os online sentem-se menos inibidos quando se apresentam sós em frente a um monitor, na privacidade do seu quarto. O que se coloca online é uma tentativa de gerir as impressões dos outros e de obter aprovação social. Os jovens não só demonstram uma grande preocupação com a imagem que projectam deles próprios na net, como os seus próprios sites são produções sustentadas pela cultura social. Apesar de pensarem nos seus sites como originais, as suas escolhas sobre a forma como se apresentam são suportadas pelo que os media e a cultura vigente lhes diz, o que é “cool” na sua forma de serem jovens ou adolescentes, na realidade os códigos do seu grupo cultural. São construções e não espelhos de si próprios.
Conseguem apresentar-se com uma identidade impossível de assumir na vida real. Por exemplo, desenvolver temas relacionados com problemas existenciais ou relativos à sexualidade, em ambientes offline, não é muito fácil. Online, os adolescentes, a coberto do anonimato, agradecem a existência de formas de representação virtuais para a exploração de temas pessoais que lhes são caros. Nos seus sites pessoais transmitem aspectos com eles relacionados, para depois observarem o feedback. A ideia de experimentação de novas identidades é muitas vezes rejeitada, porque este tema sugere que aquilo que eles colocam online é de alguma forma falso. Mais do que vivenciar novas identidades, trata-se de ir ao encontro daquilo que eles são na realidade. Os adolescentes têm consciência de que as identidades que apresentam online são autênticas, mesmo que apareçam retocadas. Na realidade, vêem-nas ainda mais representativas do seu “eu real” do que as auto-representações offline. Os sites pessoais providenciam aos jovens, espaços mais ou menos protegidos para reconfigurarem o seu “eu” real, em diferentes áreas, todas elas ocupando um lugar central na sua auto-imagem.

“Representando um espectáculo anormal online?”: Autoria e validação social

Um dos motivos principais por que os jovens se preocupam tanto com a autenticidade das suas apresentações é o facto de, na realidade, eles procurarem a validação social por parte da sua audiência. Assim, se a sua apresentação não é autêntica, o feedback dos visitantes dos seus sites é irrelevante e perde mesmo o sentido.
Na adolescência, um feedback que faça sentido é particularmente importante, porque se trata da aceitação dos outros, isto é, da forma como são vistos e valorizados pelos outros. Neste contexto, não é surpreendente que o feedback recebido constitua o objectivo principal dos jovens autores quando apostam na net. Na sua procura de validação, os jovens não mostram timidez quando pretendem respostas. Incluem “contadores de acessos”, de forma a quantificarem o número de visitantes, mas a sua atitude perante os contadores é habitualmente negativa, pois preferem os feedbacks qualitativos possibilitados pelos espaços para “comentários”, “livros de visitas”, “respostas por email” ou espaços de “mensagens instantâneas”, que incluem nos seus blogs e nas páginas pessoais. Desconfiam da exactidão dos números que os contadores reflectem.
Estes mecanismos de feedback contribuem para criar uma espécie de “economia do reconhecimento”, assinalando a popularidade, não só dirigida aos próprios autores, como também aos visitantes. Os jovens autores sabem que as respostas das audiências são, na sua base, uma forma de validação para si mesmos. Os conteúdos das suas páginas são maioritariamente dirigidos para as audiências de forma a solicitar-lhes respostas acerca do valor das suas experiências, ideias e estilos de vida, em detrimento dos contributos dos autores para questões sociais, políticas ou artísticas. O feedback é essencial para a “aquisição de identidade”.
Os jovens autores implementam elementos de design como “frames” e “back buttons” para facilitarem a navegação, ajustam esquemas de cor para facilitarem a leitura do site e usam expressões “bem-vindo à minha página”. Incluem imagens e referências a factos sensacionalistas, a celebridades e eventos sociais, músicas e ligações para sites de média, como forma de atracção das audiências para si.

“É assim que eu sou!”: auto-realização através da expressão online

A importância das páginas pessoais ou blogs para a construção da identidade dos jovens é tanto maior quanto maior for a interacção conseguida junto dos visitantes. As respostas/ interacções recebidas constituem
influências decisivas para que os jovens autores de páginas ou blogs melhor compreendam as suas personalidades e possam fazer as mudanças que lhes pareçam mais adequadas, quer junto do “público” online, quer nas suas vidas offline.
Além disso, a exposição online proporciona maior à-vontade para, ainda que sob forma performativa, “encenada” (pelo uso de ferramentas informáticas, pelo controlo da linguagem e de estilos narrativos, pela apropriação e personalização de ícones e marcas culturais de referência, que provam a integração e identificação do eu numa comunidade maior), se ser mais honesto, consigo mesmo e com os outros. Por isso, interpretações demasiado literais dos conteúdos expostos ou a fraca resposta aos mesmos podem desencadear sentimentos de frustração, de não se ser respeitado, manifestados de diversas formas: a fúria perante aqueles que os jovens julgam estar a“tomar a parte pelo todo”, ou seja, perante aqueles que pretendem conhecer a totalidade da pessoa que se expõe nos blogs/ páginas pessoais apenas pelos conteúdos que estes apresentam, ou a necessidade de introspecção e mudança de atitudes, online e offline. Aliás, esta “contaminação” da vida offline na vida online e vice-versa é uma constante. A vida online surge simultaneamente como reflexo do que se é offline, mas também como instrumento de mudança e evolução em todos os espaços da vida.

“É uma espécie de Picasso”: riscos e frustrações da expressão online

A aceitação do ego online, a validação de si pelos outros, permite ao seu autor melhorar os níveis de auto-confiança, de auto-aceitação, bem como uma capacidade progressivamente maior de expor o seu eu, em quaisquer circunstâncias.
O jogo entre os espaços público e privado parece revestir-se de promiscuidades ou contradições, mas é compreensível na medida em que as páginas pessoais/ blogs são vistos pelos seus autores como extensões de si mesmos, como o corpo, espaços privados que existem e agem em espaços públicos e que, como tal, exigem respeito.

“Sou apenas um primeiro esboço”: o Eu e o Site em construção

Os jovens desejam compreensão e aceitação, como alavancas, preferencialmente positivas, que os ajudem a crescer e a aceitar-se, perante si mesmos e perante os outros, e a sentir segurança num mundo e num processo de vida que sabem e sentem ser dinâmico e instável (e este aspecto permanentemente evolutivo e mutável da vida é perfeitamente compatível com a estrutura e construção das páginas pessoais/ blogs, estruturas dinâmicas que proporcionam a revisitação e mesmo reconstrução da memória e a narração/ construção do presente/ futuro). Por outro lado, as páginas pessoais/ blogs não constituem o todo de quem os constrói, que teme, e não deseja, como já foi dito antes, que ler o blog seja confundido com conhecer o blogger (atitude que pode revestir-se de algum paradoxo, visto que o ensejo de quem produz blogs é dar-se a conhecer, mas que, se pensarmos bem, não o é assim tanto: na vida, todos desejamos dar-nos a conhecer como somos, mas também que nos vejam como nós gostaríamos que nos vissem, de formas positivas).

Conclusão

Os blogs/ páginas pessoais são, em suma, testemunhos e instrumentos do crescimento e das construções do eu, portos de abrigo das possíveis agressões dos outros e palcos de exposição mediática e de integração social, amplificadores da expressão e comunicação da juventude, esboços do eu, tal como o eu é um permanente esboço na vida, instrumentos de desenvolvimento da identidade e da auto-aprendizagem, a par de mecanismos de aprendizagem e domínio de técnicas, cada vez mais eficazes, de auto-apresentação, podendo chegar ao ponto de constituir manifestações criativas/ artísticas. Expressões privilegiadas de uma era profundamente tecnológica e mediática.

ACTIVIDADE 3: ACTIVIDADES SOCIAIS ONLINE E DESENVOLVIMENTO DA IDENTIDADE NOS JOVENS


Passo a descrever os passos que foram dados no sentido de trabalhar a temática subjacente à actividade 3 (Media digitais e construção da identidade social).


A. O que fazer:


1º) Escolha por cada grupo do texto a trabalhar;

2º) Leitura e análise do texto
3º) Síntese do texto e comentário final.


B. Apresentação do trabalho à turma - no Fórum A3 até 28 de Novembro


C. Discussão dos trabalhos apresentados no Fórum - entre os dias 03 e 10 de Dezembro


D. Recursos utilizados:


1. Imaging, Keyboarding, and Posting Identities: Young People
and New Media Technologies,
Sandra Weber, Concordia University, Montreal, Department of Education
Claudia Mitchell, McGill University, Montreal, Faculty of Education


2. Producing Sites, Exploring Identities: Youth Online Authorship
Susannah Stern, University of San Diego, Department of Communication Studies


3. Why Youth Love Social Network Sites: The Role of Networked Publics
in Teenage Social Life
Danah Boyd, University of California, Berkeley, School of Information


4. Mobile Identity: Youth, Identity, and Mobile Communication Media
Gitte Stald, IT University of Copenhagen, Department of Innovative Communication

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

COMENTÁRIO FINAL SOBRE A TEMÁTICA "CULTURA DIGITAL - TERMINOLOGIA"


(...) foi um processo mais complexo devido às distâncias e à comunicação assíncrona, bem vistas as coisas, a única possível neste modelo de estudos, mas gostei da adrenalina (já tinha gostado em ODI, com um grupo bem mais pequeno) e da discussão que foi gerada. Tal como diz a Cecília, tenho muitíssimo a aprender sobre esta matéria e o glossário, bem como todas as pesquisas que, entretanto, foram feitas (e um enorme obrigado à Etelvina, que proporcionou contactos e links que me foram preciosos), constituiu um excelente ponto de partida.


Exponho um comentário que inseri no fórum de discussão da actividade em questão. Acrescento mais algumas ideias:

- O processo de construção do glossário foi duro e difícil, por não ser fácil a sintonização de tantos elementos de um mesmo grupo de trabalho, através desta forma de comunicação, assíncrona;

- O espírito colaborativo de todos foi excepcional, bem como o esforço que cada um fez para cumprir a sua parte, ajudar os colegas que tivessem alguma dificuldade e não deixar ficar mal o colectivo;

- O glossário construído constitui um trabalho inacabado, sempre passível de ser completado e actualizado, seja pela equipa que o construíu, seja por futuros alunos desta disciplina;

- A pesquisa levada a cabo permitiu a cada um alargar os seus conhecimentos sobre o tema em análise e aperceber-se do elevado grau de sofisticação e complexidade que está presente neste "great new world";

- O conjunto de termos apresentados contitui uma pequena parcela do grande dicionário da cultura digital que se apresenta em inúmeras publicações e formatos, dos quais destaco alguns, oportunamente indicados pela colega Etelvina Pereira:


CreativeHost – Glossário. [Em linha]. Brasil: 2006. Disponível em WWW:
http://www.centrodecontacto.com/index.php?headline=26&visual=9>http://europa.eu.int/eurodicautom/Controller>http://europa.eu.int/idabc/>http://europa.eu.int/idabc/servlets/Doc?id=18258>http://europa.eu.int/idabc/en/document/649>http://europa.eu.int/information_society/help/glossary/index_en.htm>http://www.creativehost.com.br/suporte/glossario/h.htm>

Matos, J.A. de - Dicionário de Informática e Novas Tecnologias. Lisboa: FCA, 2003.http://www.icep.pt/glossario/glo_empresas.asp>http://www.iec.org/online/tutorials/gsm/>http://www.iiav.nl/nl/ic/econference/econference_guide.html#what>http://www.janus-eu.org/temp_info/glossary.htm>http://www.vodaci.com/ipGlossary.htm>http://www.webopedia.com>http://www.egov.vic.gov.au/pdfs/OneStop.pdf>
Instituto das Comunicações de Portugal - Autoridade Nacional de Comunicações –
Glossário de Telecomunicações [Em linha]. Lisboa: ANACOM, 2004. Disponível em WWW:
http://www.inst-informatica.pt/ct113/index.htm>http://www.portaldigitro.com.br/novo/glossario_digitro.php?busca=CIO>http://textus.diplomacy.edu/isdictionary/links/index.asp>http://webs.uvigo.es/sli/glinternet/inicio.htm>http://www.gartner.com/6_help/help_overview.html>http://www.gray-cells.com/GCU/Glossary.html>http://atica.com.br/internet/glossario.htm>http://www.icp.pt/template27.jsp?categoryId=30484>


REFERÊNCIAS DOCUMENTAIS: Glossário da Sociedade da Informação - Versã0 2007 145

ACTIVIDADE 2: TERMINOLOGIA DA CULTURA DIGITAL IV - DIÁLOGOS

Para que seja possível ficar com uma ideia do que constituiu o tremendo esforço colectivo de levar a bom termo esta empreitada, apresento uma das trinta e três entradas (!!!) que se encontram no fórum A2, espaço virtual destinado à troca das informações entre pares. Esta entrada contou com onze "falas", num total de cento e catorze (houve muito muito trabalho!), distribuídas pelas 33 entradas. Aqui está apenas uma...

as ultimas palavras em falta
por
Teresa Guerreiro - Quarta, 5 Novembro 2008, 17:14
Colegas,
acabei de verificar o glossário e as palavras que faltam são:
21.
feedback loop
23.
grazing
24 groups/communities (apesar de lá estar uma entrada que penso corresponder, feita pela Eduarda, mas traduzida em português)
43. RFID
53. user base
55. user generated content
57. video sharing services
Agora, tenho mesmo de ir buscar a filhota à escola, mas mais logo volto cá para ajudar a resolver o que faltar.
beijos a todos!

Re: as ultimas palavras em falta
por
Zélia Delgado - Quarta, 5 Novembro 2008, 17:38
Teresa,
acho que a 57 já está, embora com tradução em português (Eduarda). Também não encontro a 33 (Participatory culture), 35 (Personalization (customization) e a 37 (Platform provider), estarei a ver mal?
Zélia
Re: as ultimas palavras em falta
por
Verena Ribeiro - Quarta, 5 Novembro 2008, 18:03
Olá Zélia. Não estás a ver mal. Ainda faltam essas e rever as nossas. Penso que a video sharing services tb já está, mas com entrada em português.Concorso contigo: acho que devemos fazer um esforço para deixar o trabalho pronto hoje.Daqui a pouco voltamos a fazer o ponto de situação, certo?

Re: as ultimas palavras em falta
por
José Alberto Moreno - Quarta, 5 Novembro 2008, 18:36
Olá
Avancei com os termos RFID e vou ainda tentar user base. Mais logo, ou amanhã, aqui estarei para novos acertos.
Bom trabalho

Re: as ultimas palavras em falta
por
Verena Ribeiro - Quarta, 5 Novembro 2008, 18:57
Olá JA.Já defini User base. Vê o que achas; se houver necessidade de acertos diz e eu faço as alterações.verena

Re: as ultimas palavras em falta
por
José Alberto Moreno - Quarta, 5 Novembro 2008, 19:08
Verena
Já vi, embora tarde demais. Andamos todos a tentar completar o trabalho e é natural que aconteçam situações destas. Vou andando por aqui com alguma disponibilidade para colaborar a todo o momento.
Está muito bem. Os últimos termos são os mais difíceis de desenvolver e os menos documentados na net, não é?
Um abraço
Re: as ultimas palavras em falta
por
Maritza Dias - Quarta, 5 Novembro 2008, 22:06
Olá colegas
Já elaborei a definição de
grazing e vou adicioná-la ao glossário.
Maritza

Re: as ultimas palavras em falta
por
Carla Ferreira - Quarta, 5 Novembro 2008, 22:39
Olá Colegas
Sinto-me um pouco perdida, (talvez seja da febre, pois também me constipei, mudanças de climas...) sempre que tenho uma definição pronta reparo que já foi colocada por alguém. Como estou de "cama" amanhã posso tentar as que faltam... se deixarem essa informação esta noite...

Re: as ultimas palavras em falta
por
Cecília Furtado - Quarta, 5 Novembro 2008, 22:42
Olá colegas
Só agora consegui chegar aqui. Vou ver se entendo o que está em falta.
Cecília

Re: as ultimas palavras em falta
por
Cecília Furtado - Quarta, 5 Novembro 2008, 23:13
Vou lançar participactory culture.
Cecília

Re: as ultimas palavras em falta
por
Verena Ribeiro - Quarta, 5 Novembro 2008, 23:53
Olá Cecília.Isto de a comunicação ser assincrona tem muito que se lhe diga. à mesma hora que tu estava eu a dar uma outra entrada no forum, referindo que eu trataria essa palavra. assim vou lançar eu a outra que falta:Profit. Fica ainda a faltar a Personalization. PS. Isto é um pouco confuso, às vezes. Tantos temas iniciados e respostas, acabamos por ficar baralhados. Pelo menos eu fico. Bom trabalho.

verena

Re: as ultimas palavras em falta
por
Maria Etelvina Pereira Lamas - Quinta, 6 Novembro 2008, 06:52
Colegas tentei fazer o meu trabalho - P- rápido para desempatar. Parece-vos que falta mais algum termo?
Por favor ajudem-me
Mª Etelvina

domingo, 1 de fevereiro de 2009

ACTIVIDADE 2: TERMINOLOGIA DA CULTURA DIGITAL III - O PRODUTO FINAL


Através do endereço indicado, podemos aceder à versão final do Glossário da Cultura Digital, construído pelos alunos do 4º curso do Mestrado em Gestão da Informação e Bibliotecas Escolares, da Universidade Aberta, inscritos na disciplina de Media Digitais e Socialização.


ACTIVIDADE 2: TERMINOLOGIA DA CULTURA DIGITAL II


Passo a apresentar o conjunto de termos que tomei a meu cargo definir, no que foi o meu modesto contributo para a construção de um amplo glossário temático:


Blogosfera
Quarta, 5 Novembro 2008, 23:44

Comunidade composta por todas as pessoas que fazem, disponibilizam e visualizam os blogues e seus conteúdos.
V. TB. Blogs

Blogs
Quinta, 6 Novembro 2008, 18:20

Abreviatura de "web log". Espécie de página pessoal ou diário online escrito por utilizadores individuais, empresas e, cada vez mais, organizações noticiosas. Os temas vão desde diários pessoais até pensamentos sobre interesses e assuntos específicos ou temas políticos ou de teor intelectual.

Data access
Quarta, 5 Novembro 2008, 23:40

Acesso a dados. Possibilidade que os utilizadores têm de ler, escrever, modificar ou apagar dados ou informações.

Digital Natives
Segunda, 3 Novembro 2008, 17:28

Pessoas nascidas e criadas em ambientes digitais (com uso corrente de telemóveis, leitores de MP3, webcams, computadores, Internet...), movendo-se naturalmente e sem dúvidas nesse meio, usando-o para interagir e comunicar com os outros e aceitando-o como parte integrante das suas vidas.

Digital tatoos
Quinta, 6 Novembro 2008, 18:21

Tatuagem digital: conteúdo mantido no ciber-espaço (Internet) cuja remoção definitiva é difícil de ser feita, mesmo quando o conteúdo original o é.

Facebook
Segunda, 3 Novembro 2008, 22:44

Sítio de interacção social que conta com mais de 64 milhões de membros (dados de Fevereiro de 2008). Iniciado em Harvard, mas sendo posteriormente aberto a outras universidades, em 2004, expandiu-se para escolas secundárias em 2005 e junto do público em geral em 2006. É possível carregar conteúdos textuais e fotos, juntar-se a grupos de partilha de interesses comuns e escolher "amigos". A composição dos perfis obedece a uma estrutura comum, mas pode ser inserida uma ampla variedade de conteúdos para os personalizar, por meio do uso de aplicações.

Friends
Quinta, 6 Novembro 2008, 18:21

"Amigos virtuais": funcionalidade presente em todas as redes de interacção social; os utilizadores acumulam "amigos" (outros utilizadores com perfis aos quais estão ligados) que gozam de privilégios especiais, tais como aceder aos perfis e às fotos dos "amigos" ou fazer comentários públicos aos mesmos. Os utilizadores têm acesso a filtros de privacidade com vários níveis de sofisticação que lhes permitem controlar quem pode ver o quê nos seus perfis.

Ownership
Quinta, 6 Novembro 2008, 18:22

direito de propriedade: dilema filosófico de pertinência crescente, dirigido para o que pode ser alvo do direito de propriedade, quem pode reclamar esse direito e durante quanto tempo. Outro assunto relacionado reporta-se aos modos como o trabalho alvo de direito de propriedade deve ser tratado na era da Internet, a qula proporciona novoas canais de distribuição da informação.
Vide tb. Intellectual Property.

Rip
Quinta, 6 Novembro 2008, 18:22

Abrev. de raster image processor. Transferência de material digital de formatos media (CD, DVD) para o disco rígido do computador. Termo referente à duplicação ilegal de material com direitos de autor, visto que a sua protecção pode ser removida enquanto o resto do material (canção ou filme) é transferido.

Search engines
Quinta, 6 Novembro 2008, 18:22

Mecanismos de pesquisa: serviços utilizados para pesquisar informação através do recurso a palavras-chave. É uma das mais vulgarmente utilizadas ferramentas da Internet, organizando uma enorme série de informações em listas ordenadas baseadas na relação com palavras-chave, segundo determinados algoritmos.


Webmaster
Quarta, 5 Novembro 2008, 23:42

Administrador Web. Pessoa com a responsabilidade de manter um sítio web (por exemplo, pela actualização ou criação de documentos) ou por zelar pelo bom funcionamento de um servidor web.

WWW - World Wide Web
Quarta, 5 Novembro 2008, 23:52

É o sistema que se baseia na utilização de hipertexto, permitindo a pesquisa de informação na Internet, o seu acesso e a sua visualização. Utiliza a linguagem HTML - Hypertext Markup Language - e o protocolo HTTP - Hypertext Transfer Protocol (vide Hypertext) para apresentar, textos, gráficos, som e vídeo.

ACTIVIDADE 2: TERMINOLOGIA DA CULTURA DIGITAL


Terminado que foi o primeiro tema, tornou-se necessário avançar e aprofundar conhecimentos. Para tal, nada melhor do que conhecer alguns dos termos associados a esta nova "linguagem" do conhecimento e da comunicação. Assim, foi proposto a toda a turma que, em trabalho colaborativo, construísse um glossário contendo os termos mais importantes da cultura digital. Tratou-se de uma tarefa árdua, na medida em que a conjugação de esforços e tempos de trabalhos, por doze ou treze pessoas, exigiu uma coordenação e um esforço de atenção e assiduidade no fórum intensos. Foi necessário determeinar uma metodologia de trabalho e de edição das entradas a incluir no glossário que nem sempre foi fácil cumprir integralmente, principalmente por o processo de comunicação entre os membros da equipa ser assíncrono e, como tal, passível de proporcionar falahs na comunicação entre todos.

Eis os passos que foram dados, os prazos a cumprir e os recursos utilizados para a realização desta actividade, que envolveu toda a a turma, num esforço conjunto e num excelente trabalho em equipa que foi ENORME!


Passos a dar:
1º ) Cada estudante seleccionou, com base na listagem proposta, o conjunto de termos a definir, de modo a que a tarefa se distribuísse de forma equilibrada pelo conjunto da turma;
2º ) Foi ainda feito o levantamento de outros termos a incluir no glossário;
3º) Procedeu-se à apresentação, na ferramenta "Glossário", por cada um dos alunos, do conjunto de termos a definir;
4º) Finalmente, passou-se à definição dos termos na ferramenta "Glossário".


Recursos de Aprendizagem:
Glossary Digital Natives: http://www.digitalnative.org/wiki/Glossary
Wikipédia: http://www.wikipedia.org/

Conclusão: até ao dia 05 de Novembro
Debate: no Forum A2, entre 06 e 07 de Novembro

COMENTÁRIO FINAL SOBRE A TEMÁTICA "NATIVOS DIGITAIS versus IMIGRANTES DIGITAIS"


Achei extremamente interessantes estes dois conceitos, o de imigrante e o de nativo digital e, sobretudo, poder situar-me e situar os meus alunos e colegas entre um e outro. Não posso deixar de considerar que, no que respeita à definição e caracterização do nativo digital, os alunos que conheço não correspondem plenamente a ela: é um facto que a atracção que exercem as novas tecnologias, em particular os telemóveis e a fascinante Internet, os leva a procurar aceder-lhes c0nstantemente; é certo que o à-vontade revelado, nomeadamente no uso dos telemóveis, é notório e, por vezes, espantoso (ver um miúdo a escrever uma SMS sem sequer olhar para o teclado é assombroso!); é seguro que o uso destas tecnologias está directamente relacionado com a busca do prazer e do lazer, rápidos e eficazes. O que verifico também é que o jovens nativos digitais (ou pré-nativos) que vejo diariamente se revelam incapazes de fazer um uso destas tecnologias que lhes seja proveitoso, quer para os estudos, quer para a aprendizagem em geral. Aceito que o argumento de que o ensino, tal como está estruturado, é desadequado a um aproveitamento pleno das novas tecnologias; aceito também que se afirme que quem é detentor do conhecimento a transmitir aos alunos/nativos digitais não é nativo digital e, como tal, tem inevitáveis dificuldades em recorrer e utilizar adequadamente tais recursos. Mas também verifico que, infelizmente, não é apenas com as novas tecnologias que os alunos vão aprender a aprender, vão superar as dificuldades que revelam. Gosto muito de utilizar as novas tecnologias nas minhas aulas, uso-as o mais que posso e aprecio o interesse que elas suscitam nos meus alunos, procurando rentabilizá-lo o melhor possível, em seu e meu proveito. Mas sem conteúdos, as novas tecnologias ficam vazias de sentido. Sem o savoir-faire que consiste em saber procurar as informações de que se precisa, saber "separar o trigo do joio", particularmente numa Internet fértil em "joio", saber recolher o que vale a pena e usá-lo correctamente para proveito pessoal, sem estas e outras competências e capacidades, as novas tecnologias são apenas mais um obstáculo ao sucesso escolar e profissional.


O que importa, para nativos digitais, é aprender a pesquisar, a perguntar o que se precisa, a seleccionar as informações úteis, a organizá-las, a incorporá-las num produto pessoal, que espelhe o que se aprendeu de forma inequívoca e honesta. E isto é o que sempre importou, com ou sem Internet, com ou sem as novas tecnologias. As dificuldades e lacunas sentidas por quem ensina e aprende não se resolveram com estas, nem constituem sequer uma novidade (são bastante anteriores à Internet).


O que importa, para imigrante digitais, é aprender, sem preconceitos, sem medos, sem sobrancerias, a usar as novas tecnologias e a capitalizar as suas potencialidades e facilidades para que os alunos possam superar as lacunas que sempre evidenciaram.


Esta é, sem dúvida, uma era em que é possível superar dificuldades, conjugar esforços e intenções e alcançar melhores resultados. Nunca tal foi tão possível como agora. Mas é preciso que todos (alunos/nativos digitais e professores/imigrantes digitais) contribuam com aquilo que têm de já adquirido, com o seu know-how, e o ponham ao serviço de todos. É preciso que todos aprendam com todos. E todos ganharemos.

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

PERFIL DO ESTUDANTE DIGITAL - APRESENTAÇÃO DO GRUPO VERMELHO

Apresento aqui o documento em formato PowerPoint que foi elaborado pelo grupo denominado de vermelho (composto por José Boal, Teresa Guerreiro e Verena Ribeiro) cerca da temática em estudo.

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ALGUNS DOS MEUS COMENTÁRIOS NO FÓRUM A1

COMENTÁRIO À APRESENTAÇÃO DO GRUPO ROSA

Gostei do grafismo do vosso ppt, sobretudo a escolha das imagens.
Não partilho tanto a vossa opinião de que a Escola tem de mudar os conteúdos, vou mais no sentido da mudança de estratégias e metodologias. Continuo a acreditar que ir apenas ao encontro do que os alunos conhecem ou lhes interessa é vedar-lhes a possibilidade de crescerem, de aprenderem coisas novas e ganharem competências para serem pessoas e cidadãos melhores.
Também ainda não vejo os nossos presentes alunos digitais como estudantes ambiciosos - gostam de se divertir e o prazer rápido e imediato parece ser a sua maior ambição (não estou a criticar, note-se, são miúdos e compreendo perfeitamente que estudar e trabalhar não lhes dê grande prazer imediato). Acho que há já alguns - ainda poucos - com essa característica e desejo que esse número aumente.
Partilho convosco a opinião da necessidade de mudança, de aprender muito e depressa sobre os emergentes mundos digitais. É quase para ontem, essa necessidade!

COMENTÁRIO À ENTRADA
"Reflexão sobre os trabalhos realizados/tema"
lançada por Maritza Dias - Sexta, 24 Outubro 2008, 19:37
Caros colegas e professora,
O que me parece mais interessante verificar, nesta análise que foi feita, com maior ou menor integração de informação, mas próxima no seu conteúdo, de todos os trabalhos, é algo que todos os participantes neste fórum já verificaram e apontaram por diversas vezes: a dificuldade que os alunos têm em utilizar a destreza que revelam no uso das novas tecnologias na produção de trabalhos de qualidade para a escola. Mas o que me parece mais premente é isto: a dificuldade que os professores têm (e que agora é mais dramática, visto que o acesso à informação é mais fácil e directo) em dar aos seus alunos orientações eficazes para que os seus trabalhos vão ao encontro do que pretendem. Esta questão tem sido apontada não apenas nesta disciplina e todos aqui somos sensíveis a ela, sobretudo enquanto coordenadores de BE que recebem todos os dias alunos que têm de fazer trabalhos sobre "o mar", "o corpo humano" ou "Camões", sem mais nada, uma única orientação, especificação. A tentação do copy paste é forte demais para ser posta de parte. A capacidade de discernimento, de selecção da informação, de transformação da mesma em conhecimento não é inata nos alunos, temos de ser nós, com ou sem Internet, a facultar-lhes os meios para que a adquiram. É claro que dá muito mais trabalho facultar aos alunos orientações concretas, quer sobre os conteúdos quer sobre o formato dos trabalhos que querem dos alunos, mas o sucesso dos mesmos depende de nós. E, por muito imigrantes e pouco nativos que sejamos, o bom senso, a experiência no uso do pensamento e do raciocínio, a capacidade de ajudar os alunos a desenvolverem para si estas competências, dependem de nós, professores. Temos de tornar as novas tecnologias nossas aliadas e não queixarmo-nos de serem nossas inimigas. Não se trata de sermos seguidistas, de abandonarmos os nossos conhecimentos e as nossas exigências junto dos alunos, como a certa altura pareciam (para alguma irritação minha, devo dizê-lo) sugerir os textos que lemos, trata-se antes de usarmos as ferramentas novas de que dispomos a nosso favor. Prestando atenção às novas características dos nossos alunos nativos digitais, adaptando métodos de trabalho, de abordagem dos conteúdos, mas nunca caindo em facilitismos inúteis e nocivos. E este caminho é longo, não se faz "de uma penada". Temos muito/tudo para aprender. Com os miúdos, também. E eles connosco.


COMO SÃO OS NATIVOS DIGITAIS



Entre outras características, salientam-se estas:

- São os jovens dos dias de hoje, que têm um contacto de "imersão" com a tecnologia;
- Recebem e passam informação rapidamente, usando vários meios de comunicação;
- Usam várias aplicações ao mesmo tempo, enquanto conversam nos chat, SNS, ou vêem vídeos do Youtube;
- Preferem as imagens aos textos, se estes não tiverem imagens certamente serão desconhecidos;
- Fazem acessos aleatórios, não sequenciais, nas páginas da web;
- Preferem o lado lúdico da tecnologia a um uso "profissional";
- Estão constantemente interagindo com os amigos nas redes sociais;
- Colocam na rede os seus próprios textos, fotos, vídeos.




COMO SÃO OS IMIGRANTES DIGITAIS

Eis algumas das suas principais características, apresentadas não sem alguma dose de ironia:

- São os adultos dos dias de hoje, que se vêem confrontados com a "inundação" tecnológica, sentem interesse, mesmo fascínio, por ela, mas não a apreendem de forma natural;
- Mandam um email, e ligam logo após para perguntar se a pessoa o recebeu;
- Necessitam de mandar imprimir um texto digital quando querem alterá-lo, para depois digitar as modificações registradas no papel;
- A Internet é sempre a segunda fonte de informação;
- Lêem os manuais de dispositivos ou de programas em vez de aprenderem com o seu uso;
- Imprimem os emails recebidos (ou mandam alguém fazê-lo), para depois decidirem que acção tomar;
- Convidam as pessoas para vir à sua sala, para ver no computador um site interessante que acabaram de localizar, em vez de lhes mandar o seu endereço.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

PASSATEMPO QUEM É O QUÊ?





Surgem duas definições que importa explicitar, resumidamente:

NATIVO DIGITAL - nasce e vive na tecnologia, de forma perfeitamente natural

e
IMIGRANTE DIGITAL - tem de fazer uma aprendizagem, artificial, dessa mesma tecnologia

ENTÃO... DESAFIO-VOS A VER ESTAS IMAGENS E A DESCOBRIR QUEM É NATIVO E QUEM É IMIGRANTE DIGITAL!

ACTIVIDADE 1: PERFIL DO ESTUDANTE DIGITAL II

Eis a metodologia proposta para trabalhar este tema:

- Constituição livre dos grupos (3/4 elementos) e informação ao professor no Forum da Actividade 1 (integrei o grupo vermelho, composto por José Boal, Teresa Guerreiro e Verena Ribeiro)
- Consulta do site http://www.apple.com/au/education/digitalkids/ e dos depoimentos video
- Leitura e análise dos textos disponibilizados
E o trabalho proposto foi:

Elaboração do
perfil do estudante digital (em formato Power Point)

Os recursos de aprendizagem proporcionados foram:

- http://www.apple.com/au/education/digitalkids
- Prensky, M. (2004)- "The emerging Online Life of the Digital Native"
- Prensky, M. (2001)- Digital Natives, Digital Immigrants. In the Horizon. NCB University Press, Vol.9 nº 5
Os timings para a concretização do trabalho foram:

- Apresentação do trabalho à turma, no Forum A1 até 23 de Outubro de 2008
- Discussão dos trabalhos apresentados no Forum, entre os dia 24 e 28 de Outubro de 2008

ACTIVIDADE 1: PERFIL DO ESTUDANTE DIGITAL

Sobre este tema, brindo-vos com um vídeo que nos dá já um "cheirinho" do que vamos abordar... Divirtam-se, porque ler é cool!...

ORGANIZAÇÃO DA INFORMAÇÃO


Para que seja mais fácil perceber o percurso estabelecido neste e-portfólio em forma de blog, passarei desde já a explicitá-lo.
Assim, tratarei de apresentar cada uma das quatro actividades que foram propostas e realizadas ao longo deste semestre.
Ao apresentá-las, farei um breve resumo do que constituíram, das metodologias adoptadas e dos resultados obtidos e apresentados à turma. Não deixarei de indicar as fontes que serviram de base e apoio a cada actividade, tal como não me esquecerei de esclarecer sobre as datas em que foram levadas a cabo e os grupos qm que me inseri para as realizar.
Finalmente, apresentarei, caso seja pertinente, comentários que tenha feito nos fóruns que foram abertos no final de cada uma e reflexões finais sobre a importância e pertinência que tiveram para mim os conteúdos debatidos e as aprendizagens alcançadas em cada actividade.
Procurarei introduzir documentos audio-visuais que ilustrem os temas abordados, com humor, ironia e um saudável espírito provocador e irreverente que se quer imprimir a este projecto digital.
Até já!

MEDIA DIGITAIS E SOCIALIZAÇÃO - PORQUÊ E PARA QUÊ?


Esta disciplina insere-se no currículo, como disciplina opcional, do curso de mestrado em gestão da informação e bibliotecas escolares (MGIBE), em boa hora proporcionado pela Universidade Aberta.

Pretendo explicar, de forma sucinta, as razões pelas quais optei por frequentar esta disciplina.

Antes de mais, por uma evidência, que só não vê quem não quer ou anda muito distraído por este mundo: as tecnologias vieram para ficar, impuseram-se no nosso modus vivendi e não há volta atrás (a menos que haja um cataclismo tal que tenhamos de voltar às formas primitivas de vida, mas não conto com esse cenário como muito provável, nos tempos mais próximos!).

Dentro das tecnologias que invadem diariamente as nossas vidas, para o bem e para o mal, temos essa invenção fantástica chamada Internet. Pessoalmente, ainda que contenha muito "lixo", "ruído" e perigos vários, a Internet é uma porta única e enorme para o mundo, uma porta que abre tantas portas que nem sabemos por onde começar a avançar!

A nível profissional, estes dois factos interferem cada vez mais nas formas como aprendemos e ensinamos e, portanto, afigura-se-me urgente compreender, o melhor e mais precocemente possível, os meandros que configuram esta nova era de aprendizagem e comunicação. Eis que surge esta disciplina, oportuna e inquietante, à qual não pude deixar de aderir.

Ao longo de umas quantas entradas, irei partilhar aqui as minhas reflexões sobre o que for aprendendo.

Boa viagem!